sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Espectro

Sempre ouvimos dizer que sozinhos não conseguiríamos sobreviver, que sem os outros não seríamos nós próprios, que precisamos das outras pessoas para ser o que somos, simples recolectores-consumidores de energia. Na verdade, poucos percebem o que essa dependência significa na realidade. Todos os seres são constituídos de energia, energia essa indispensável à nossa sobrevivência mas tão difícil de produzir pois encontra-se restrita a um pequeno número de indivíduos que habitam este planeta. Existe, portanto, um grande número de indivíduos que orbitam os geradores dessa energia e esperam, quais vampiros, sugá-la para seu proveito pessoal. E é nesse caleidoscópio de luz que irradia a grande diferença e desequilíbrio deste mundo. Enquanto uns retiram a energia dos outros e pouco dão, outros apenas dão sem receber nada em troca. Neste constante Give and Take em que todos deveríamos dar para receber em quantidades iguais, encontramos distorções e desequilíbrios capazes de fazer ruir todo um sistema assente numa rede. O mestre Lukyanenko captou na perfeição as trocas de energia entre os vários níveis de consciência que cada um consegue atingir.

1 comentário:

Adriana disse...

Como te compreendo... quantas vezes fui sugada da minha energia e deixada à deriva, sem forças ou rumo...! O que o ser humano tem de fascinante tem em igual proporção de aterrador... o egoísmo extremo e a hipocrisia atacam o meu ser e consomem-me até à exaustão...! Afirmam que o acto da dádiva está despreendida do desejo de receber...que sacrilégio!? Identifica quantos de nós o fazemos com tanto desprezo pelo nosso próprio bem-estar...?! Que ilusão desses indivíduos que tal como no carnaval mascaram-se da fantasia que os assola interiormente...! Eu assumo, só para ti... dou, estendo a minha mão com genuíno carinho, amizade, bem-querer... mas espero o reverso da medalha... a recompensa emocional... o afecto...! Humm... sorrio agora ao relembrar as inúmeras vezes em que a minha forma de estar embateu neste mundo despido de emoções e repleto de formalismos desumanos...! Olho em meu redor à procura do meu semelhante... é uma busca incessante e cansativa...porém igualmente recompensadora quando me deparo com pessoas como tu... únicas... encantadoras... apaixonantes pela complexidade envolta e, em simultâneo, pela simplicidade dos desejos profundos... sentir, partilhar, comungar... tão fácil e no entanto tão difícil de alcançar...!! Fazes-me falta...