sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Mas morre...

O verdadeiro sol que ilumina a nossa vida é a Esperança. A realidade é outra coisa bem diferente. A Esperança é o que nos dá forças para, mesmo depois de tanto sofrimento, continuar a lutar. Mesmo vivendo neste mundo de desgraças, desigualdades, destruição, desespero e outros des, continuamos a acalentar a Esperança de um futuro melhor. A acreditar na Humanidade. E assim é a décadas e décadas e julgo que ainda passarão mais algumas. A Esperança, dizem, é a última a morrer. E isso é importante, a realidade é bem diferente. Na realidade, vivemos na Esperança de que a Esperança seja a última a morrer. Precisamos de um mundo onde, por mais factos negativos que nos surjam, acreditamos sempre que o destino final será diferente. Os nossos mundos são povoados de imperfeições na imperfeição de um Mundo que, em certos momentos, nos parece perfeito. O sol brilha pra todos, a Esperança perdurará para sempre em nós. Tudo depende da nossa imaginação, do optimismo e também da capacidade crítica para lidar com os nossos sonhos e expectativas. Ninguém tem o direito de acabar com os nossos sonhos, pelo menos essa é a nossa Esperança. E também não temos o direito de não sonhar pois essa foi uma conquista que a Esperança de muitos não deixou morrer. A vida é feita de simbolismos místicos e obedece a uma geometria perfeita onde todas as coisas acabam por se encaixar como um complicado puzzle que se completa no fim. No puzzle da vida, a Esperança nos guiará sempre em direção ao caminho da felicidade, da paz, da justiça, da verdade, do amor, do bem. Pelo menos essa é a nossa Esperança...

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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"Dizem que o tempo sara todas as feridas. Talvez seja verdade. Mas há feridas que parecem não sarar. Sangram, vertem pus, voltam a sangrar, surpreendem-nos a magoar a alma quando esta já deveria estar habituada e imune a tanta dor. É certo que, às vezes, essas feridas acalmam, como as marés que recolhem a água e recuam para o mar alto: mas, tal como as marés, regressam depois, revigoradas, pujantes, invadindo de novo a praia e fazendo sentir o fulgor da sua presença, o ímpeto do seu regresso."

José Rodrigues dos Santos
A Ilha das Trevas

De quem é a culpa?

Este é mais um fenómeno característico do ser humano. A Agressividade é natural, existe mesmo, não sendo exclusivo do ser humano. Os animais também possuem Agressividade, até os peixes são agressivos. A Agressividade é necessária, sem ela não seríamos o que somos, sem ela não conseguiríamos ser adultos capazes de sobreviver. Os animais utilizam a Agressividade para competir pelo alimento, competir pelo parceiro sexual e competir pelo habitat. O Homem tem usado a Agressividade para agredir o seu semelhante e quem sofre com isso são as pessoas que se encontram em posições enfraquecidas, normalmente mulheres e crianças que por serem ainda dependentes de alguma forma, acabam por sofrer as consequências de um comportamento criminoso que a pouco e pouco tem-se tentado erradicar da sociedade.

Mas como se poderá erradicar um comportamento se ele faz parte de nós? Se é verdade que a Agressividade é necessária, a forma como a utilizamos não tem sido a mais correcta. E isso transparece no comportamento que vamos deixando à nossa volta. Sempre se soube que comportamentos agressivos produzem mais comportamentos agressivos mas a política do "olho por olho, dente por dente" está de tal maneira enraizada que mais não fazemos que seguir cegamente o caminho que nos foi posto à frente pelos nossos modelos.


Na verdade, cabe a cada um de nós fazer um esforço verdadeiro para que este fenómeno da violência doméstica passe a pertencer apenas a más recordações. Se é certo que muito tem sido feito para debelar esta chaga, ainda muito pode e deve ser feito para que se possa viver num mundo digno de se chamar civilizado.