terça-feira, 22 de julho de 2008

Para reflectir...

Como é possível nós deslocarmo-nos fácilmente sobre a terra? Pelo facto de a terra ser dura, resistente. Se tentares avançar em areias movediças serás engolido. E como é possível os barcos deslocarem-se na água? É porque a água também resiste. Ela não resiste tanto como a terra, é certo, mas, ainda assim, é graças à resistência do meio líquido que os barcos vão de um ponto a outro. E é também graças à resistência do ar que os aviões conseguem elevar-se e voar no céu. Então, como estás a ver, seja na terra, na água ou nos ares, as deslocações, as possibilidades de avançar, são devidas a uma certa forma de resistência. E o mesmo acontece no domínio psíquico. Então, no dia em que tiveres compreendido a utilidade desta resistência que as dificuldades e os obstáculos representam, não só já não te queixarás, como verás neles somente ocasiões magníficas para avançar. Dirás: «Mas eu posso recusar avançar!» Sim, podes, mas então serás esmagado, espezinhado. Porque avançar é a lei da vida.

Omraam Mikhaël Aïvanhov

1 comentário:

Anónimo disse...

Ao ler este texto, a primeira coisa que me ocorreu foi a fatídica tendência dos portugueses em queixar-se, remetendo-se ao fado e ao sebastianismo. A nossa clara cultura pessimista surpreende-me por vezes, pois muito a vejo em pessoas muito privilegiadas.
Ainda que todos nós atravessamos dificuldades, elas tendem a ser mais para uns do que para outros, mas isso somente devido à perspectiva das pessoas sobre as suas vivências. O sofrimento e a alegria irá sempre depender da forma como as pessoas perspectivam os acontecimentos.
Para além disso, enquanto alguns se lamuriam sobre o que não têm ou se queixam dos períodos difíceis que atravessam, outros aproveitam estes momentos para evoluir e crescer, reelaborando os seus desejos, as suas motivações e o modo como levam as suas vidas. Esta introspecção é sempre altamente enriquecedora e susceptível de proporcionar grandes crescimentos e transformações.
Após todo este processo ocorrer, a pessoa muda, sempre para melhor. Assim, como não há de querer mais e melhor? como não há de querer o melhor para si, quer a nível pessoal, quer a nível profissional? Mas, precisamente por ter passado por um processo de maturação, irá compreender que não é somente após ter realizado uma série de coisas que será feliz. Esta pessoa compreenderá que a felicidade é agora, porque a vida é demasiado para ser vivida à metade, tem de ser vivida com toda a sua plenitude, procurando mais e e melhor sempre, sim, mas nunca em detrimento da nossa serenidade imediata.