terça-feira, 17 de junho de 2008

Como uma rocha...

Na nossa sociedade actual, vivemos iludidos com um conceito muito particular: "ter" para "ser"! E será esse ter que nos permitirá ser felizes. Ora, esta ideia baseada em crenças e valores caducos e sem qualquer raiz lógica, nada mais faz do que aprisionar os nossos espíritos. Mais, esta ideia é indigna de seres que se acham racionais. O Homem clama para si mesmo, sim porque não existe nenhum outro ser que possa compreender, o epíteto de animal racional, no entanto, de animal temos muito pouco e de racional não temos nada. Em primeiro lugar, o Homem encontra-se desprovido dos sentimentos mais nobres, sendo estes largamente ultrapassados pelos sentimentos de ganância desmedida, ambição desmesurada, inveja, arrogância, entre outros. O Homem extermina os seus semelhantes devido a jogos de poder e demonstrações de força. Na verdade, apesar de em termos fisio-anatómicos sermos animais, o Homem está tão próximo dos animais como uma rocha. E este exemplo não foi escolhido ao acaso, a rocha, como ser inanimado desprovido de movimento parece ser muito mais racional do que o ser humano. Senão vejamos, quantas guerras as rochas causaram entre si? Qual o papel das rochas na desflorestação do mundo e redução dos habitats de espécies em perigo de extinção? E outras perguntas que poderia fazer e que já sabemos de antemão as suas respostas. Em segundo lugar, a moral criada pelo próprio Homem vem, mais uma vez aprisionar o espírito e o corpo e transportar-nos para um mundo artificial, não natural, cujo único intuito é a separação inequívoca do mundo animal que garbosamente clamamos em pertencer. Esta separação inultrapassável entre os dois mundos que naturalmente parece tão nobre mas que só atinge real nobreza aos olhos da moral humana, é que nos impede de sermos portadores do estandarte da felicidade. Essa imposição na hora de escolher o que fazer e dizer e ser e pensar impede a nossa real felicidade. E se te pensas feliz fazendo o que os outros querem, desengana-te! O que a natureza demorou milhões de anos a unir o Homem consegue apagar em algumas décadas. Não é de espantar que sejam cometidos tantos atropelos aos direitos dos animais se também são cometidos tantos crimes contra a Humanidade.
Deixem-nos ser felizes!!!

1 comentário:

Anónimo disse...

O homem é o resultado final de uma série de evoluções que culminaram no chamado ser racional. Esta evolução consituiu numa grande caminhada, que começou com bactérias e que resultou numa multitude de seres, nomeadamente a nossa.
Mas quando observamos a história do planeta com mais atenção, vemos que o Homo Sapiens tem uma existência muito recente. Os dinossauros surgiram há 225 milhões de anos e perdurarm 65.
Ao constatar este facto, devo dizer que fiquei logo invadida por um profundo sentimento de humildade, coisa que na minha opinião deveria se estender para todos os seres humanos conhecedores deste facto. Ailás, "se existisse vida há 10 dias, o homem teria aparecido no último minuto em África, há um segundo na Eurásia e Oceania, e apenas há 1/4 de segundo nas Américas".
Apesar de existirmos há tão pouco tempo, conseguimos transformar a face deste planeta como mais nenhum ser vivo ao longo deste tempo.
Ao sermos dotados de racionalidade, deveríamos ter sido dotados de humildade, pois esta nossa suposta inteligência nãos nos permite ver as coisas com a clareza devida. Todos nós estamos aqui de passagem, e ainda há quem considere que o ser humano pode consituir a sexta grande extinsão na história da Terra, tendo em conta as alterações climáticas.
Por isso, cada um nós deveria questionar-nos afinal o que podemos mudar nas nossas mentes para contribuir à melhoria do nosso mundo. Deve sempre partir de nós, devemos sempre questionar-nos a nós próprios, e não deixar a terceiros esta responsabilidade.
Até porque, como a história do pássaro que vai e vem entre um incêndio que fustiga a floresta, e o lago, enchendo o seu bico com água para apagar o fogo, perguntando os outros animais, "porquê te dás a tanto trabalho para tão pouca água que consegues levar?" ao que o pássaro responde "estou a fazer a minha parte", nós devemos questionar-nos "Qual será a minha?"